Você sabe o que realmente acontece com o seu dinheiro nas férias? Entenda tudo antes de gastar!
Eis que, após um ano inteiro de trabalho duro, finalmente chega aquele momento tão aguardado: as férias.
Você até pensa, merecidamente: “Agora eu vou viajar, descansar, curtir, gastar o dinheiro das férias porque eu trabalhei demais este ano.”
E olha… você não está errado em querer aproveitar. Mas será que está financeiramente preparado para isso?
A verdade é que, quando falamos de educação financeira, muita gente esquece justamente de planejar o que parece ser mais gostoso: o descanso.
Sim! Férias também exigem planejamento financeiro.
Vamos conversar sobre como o pagamento das férias funciona, os cuidados que você precisa ter e o que acontece com seu salário após esse período. Bora entender melhor esse assunto?
Como é calculado o pagamento das férias?
Antes de decidir onde você vai curtir, é fundamental entender o que está entrando na sua conta.
O trabalhador com carteira assinada no Brasil, segundo a CLT, tem direito a 30 dias de férias remuneradas após completar 12 meses de trabalho. E o pagamento inclui:
Salário base mensal
Adicional de 1/3 sobre esse valor, garantido por lei (Constituição Federal, artigo 7º, inciso XVII)
Exemplo prático:
Se você recebe R$ 2.400 por mês, suas férias vão render:
R$ 2.400 (salário) + R$ 800 (1/3 de adicional) = R$ 3.200 brutos.
Mas atenção: esse valor é bruto. Isso significa que você ainda terá os descontos de INSS e IRRF, se for o caso.
E é aí que muita gente se empolga com o valor total, esquece os descontos e já gasta tudo achando que o dinheiro vai durar mais do que realmente dura.
Você se preparou financeiramente para essas férias?
Planejar as férias não é só escolher o destino. É também pensar em como você vai manter sua vida financeira organizada antes, durante e depois desse período.
Pergunte-se:
Você guardou dinheiro nos últimos meses para esse momento?
Ou está contando apenas com o pagamento das férias?
Fez uma estimativa de quanto vai gastar com transporte, hospedagem, alimentação e lazer?
Tem uma reserva para emergências durante a viagem?
E o cartão de crédito, vai ser usado com responsabilidade ou virou o plano B?
Quem planeja as férias, volta tranquilo. Quem não se prepara, pode voltar endividado.
O que acontece com o salário após as férias?
Esse é um ponto importante e que muitos ignoram: o mês seguinte às férias será longo.
Vamos pensar juntos:
Se você entra de férias no dia 1º de julho, por exemplo, o pagamento referente a esse mês já foi feito antes das férias, geralmente até dois dias antes do descanso começar.
Ou seja, você só vai receber seu próximo salário no início de setembro.
Isso mesmo: você terá cerca de 60 dias entre o último salário recebido (incluindo férias) e o próximo pagamento.
E se não tiver um bom controle financeiro, esse intervalo pode se transformar em um verdadeiro aperto.
Dica:
Durante as férias, tente manter seu padrão de consumo o mais equilibrado possível.
E, se puder, reserve uma parte do valor recebido para cobrir os gastos do mês seguinte, enquanto ainda não caiu o próximo salário.
Cuidado com as dívidas pós-férias
É comum ver pessoas que, animadas com o momento de descanso, viajam sem pensar no cartão de crédito.
Voltam para casa cheias de memórias… e de parcelas.
E tem mais: os compromissos financeiros (aluguel, contas de água, luz, escola, cartão, etc.) não tiram férias.
Eles continuam vindo. Por isso, é essencial ter uma reserva financeira para manter a estabilidade mesmo longe do trabalho.
Erro comum:
“Ah, depois que eu voltar eu vejo como pago.”
Não caia nessa armadilha. Um mês de férias mal planejado pode virar seis meses de aperto financeiro.
Como se organizar para as próximas férias?
Se você já está em férias ou está voltando delas, ótimo! Ainda dá tempo de aprender e se organizar para as próximas.
Veja algumas dicas simples e práticas:
Crie um orçamento de férias:
Anote todos os gastos planejados e tente não ultrapassar esse limite.
Economize com antecedência:
Separe um valor mensalmente, como se fosse uma “poupança de férias”.
Evite parcelar viagens no cartão de crédito:
Parcelamentos acumulam e se tornam um problema nas próximas férias.
Use o 1/3 das férias com inteligência:
Esse valor é um “bônus”. Use parte para lazer, sim, mas guarde outra parte para cobrir o período sem salário.
Mantenha seu padrão de vida:
Não tente viver acima do que sua realidade permite só porque está de férias.
Férias com liberdade, não com preocupação
Férias são momentos para relaxar, recarregar as energias e curtir a vida.
Mas para isso ser possível de verdade, é preciso conhecimento e planejamento financeiro.
Educação financeira não é só sobre investir ou economizar. É também sobre saber usar seu dinheiro com consciência, mesmo nos momentos de lazer.
Porque, no fim das contas, liberdade mesmo é poder curtir a vida sem se preocupar com as dívidas depois.


